O que nos leva a escolher um livro?
Quando chegou à livraria “A Trilogia de Copenhaga”, de Tove Ditlevsen, chamou-me logo a atenção a capa, aquele rosto, aquele olhar.
Pergunto-me: Quem é Tove Ditlevsen? A “orelha” do livro diz-me que “é uma das vozes mais originais e importantes da literatura dinamarquesa.” Fico mais curiosa.
Pergunto-me depois: Que livro é este? Petisco todos os trechos que preenchem toda a outra “orelha” e contracapa. A publicação “Time” fala em “complexidades da feminilidade”; “ The New York Times” diz que isto “deve ser uma obra-prima”; “The Guardian” apresenta-nos a trilogia como uma “pequena parte do extraordinário legado” da escritora. Fico mais curiosa.
Na contracapa, sou informada de que a trilogia é “a resposta de Copenhaga aos romances napolitanos de Elena Ferrante” e que Tove é vista como uma “precursora de escritores confessionais como Karl Ove Knausgard, Annie Ernaux, Rachel Cusk e Deborah Levy.”
Pergunto-me por fim: Que livro é mesmo este?
Começo a ler o primeiro parágrafo: “De manhã, havia esperança. Pousava como um reflexo fugidio no cabelo preto e lustroso da minha mãe, no qual nunca me atrevia a mexer. Pousava também na minha língua, juntamente com o açúcar e as papas de aveia mornas que eu mastigava, com vagar, enquanto observava as mãos esguias e entrelaçadas da minha mãe, (…).”
Já estou dentro do livro.
E vocês, o que vos leva a escolher um livro?
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