" Lembro-me de uma conversa que ouvi hoje no autocarro a caminho do centro da cidade. Um filho pergunta a um pai:
-Pai, quando é que tudo melhora?
-Quando te habituares a isto, filho.
Apago a luz, fecho os olhos, e prometo não me habituar.
Imagino os governantes dos cinco continentes a combater as mesmas insónias com o medo do pesadelo dos políticos. A conspiração perfeita contra si próprios, o terror e o desejo ambivalente de quererem assinar eles próprios a lei certa que provocará a revolta do povo e a sua própria derrocada.
Sorrio.
Sei que não vou cumprir a promessa de não me habituar.
Mas gostava tanto. "
Patrícia Portela, "dias úteis", Caminho.
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