segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

"Persephone Books”

 

A segunda livraria que trago aqui é “Persephone Books”. Não me recordo muito bem de como cheguei até ao bairro Bloomsbury, em Londres, onde viveu Virginia Woolf e o seus amigos intelectuais, e maravilhei-me com “Persephone Books”. Pensava eu que só existiriam livrarias destas em pixel inventado por algum algoritmo no Instagram, ou em padrão repetido várias vezes num papel de embrulho de uma papelaria muito chique. Contudo, ela existe mesmo e eu fiquei encantada.

Além de livraria, “Persephone Books” também é uma editora que publica obras de ficção e não ficção, escritas principalmente por mulheres entre a primeira e a segunda Grande Guerra Mundial e que a escritora e editora Nicola Beauman voltou a editar para que elas não fossem esquecidas, desconhecidas e esgotadas.

A editora tem um cuidado muito particular com a edição, ou seja, cada livro tem a particularidade de ter na sua folha de guarda um tecido com um padrão diferente. A sua capa é cinzenta, porque, para Nicola Beauman, os leitores não se vão interessar pelo aspecto, mas sim pelo conteúdo.

Também há uma atenção especial na forma com os livros se encontram expostos na livraria. Estão organizados de forma horizontal e à frente de cada “legado” há um marcador a assinalar o nome da autora ou de autor.

No dia em que visitei a livraria, a proprietária Nicola Beauman, com a sua chávena de chá entre mãos, era entrevistada para um jornal norte-americano. Soube depois, num site, o que ela diria nessa manhã outonal.

Flores, cestos com mantas, quadros, janelas banham todo este quadro em que gostaria de permanecer. Um quadro vivo. “Persephone Books” existe mesmo.

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