“A vida é uma sinfonia de Mahler, nunca volta atrás, não endireita o que nasce torto. À parte o ópio e o esquecimento, não há escape possível da consciência do tempo, definição mesma de melancolia, da noção de finitude; a tese de Sarah pode ser lida ( penso nisso agora) como um catálogo de melancólicos, o mais estranho catálogo dos aventureiros da melancolia, de géneros e países diferentes, Sadegh Hedayat, Anne-Marie Schwarzenbach, Fernando Pessoa, para citar apenas os seus preferidos - que são também aqueles a quem ela consagra o menor número de páginas, forçada pela Ciência e pela Universidade a restringir-se ao seu tema, às Visões do Outro entre o Oriente e o Ocidente.
Mathias Enard, “Bússola”, D.Quixote.
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